sábado, 24 de novembro de 2007

McCann: Máquina da Verdade




Os direitos do sistema de análise de voz pertencem à
Voice Analysis Technologies http://www.voiceanalysistech.com


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Dossier Madeleine


- Desaparecimento

Dia
3 de Maio a notícia rebentava. Uma menina de três anos (agora quatro
) desaparecera do apartamento onde os seus pais passavam férias, na Praia da Luz, Algarve. Ver Infografia do local do desaparecimento


Os Pais da criança, Kate e Gerry McCann encontravam-se, na hora do desaparecimento, a jantar a cerca de 50 metros do apartamento. Segundo Kate McCann a mesma ausentava-se do restaurante de meia em meia hora para se certificar que tudo estava bem quer com Madeleine, quer com os gémeos McCann. Por volta das 21:45 surge o alerta do desaparecimento da menina.


Numa primeira fase a Polícia Judiciária procedeu a um controlo das suas fronteiras terrestre, aérea e marítima de forma a evitar que o presumível raptor fugisse com a criança.


A hipótese rapto, foi alimentada massivamente pela imprensa nacional e estrangeira. Os sucessivos apelos e recompensas oferecidas a quem concedesse informações sobre o paradeiro de Maddie, redundaram em centenas de chamadas de pessoas que garantiam ter visto a criança. Da Bélgica a Marrocos todas as pistas revelaram-se falsas.


- Campanha Mediática

Dia 12 de Maio começou a campanha mediática em torno do desaparecimento de Madeleine McCann, figuras como Cristiano Ronaldo, Luís Felipe Scolari e David Beckham lançaram apelos para Madeleine fosse encontrada.


«Se viram esta rapariga, por favor, vão junto das autoridades locais ou da polícia e forneçam essa informação, qualquer informação genuína que tenham» suplicou o jogador inglês.




- Primeiro arguido

O caso ganhou novos contornos, a 15 de Maio, com a constituição de um arguido. Robert Murat, 32 anos, empresário do sector imobiliário, residente numa vivenda a menos de cem metros do Ocean Club, local de onde desapareceu Madeleine. Nos primeiros dias de buscas Murat terá mesmo colaborado com a PJ enquanto tradutor. O inglês, juntamente com a sua mãe, Jennifer Murat, de 71 anos, montou um esquema de rua no qual solicitava às pessoas que concedessem informações sobre o paradeiro de Maddie de uma forma totalmente anónima. A constante curiosidade e infiltração de Murat na investigação levou uma jornalista britânica a denunciá-lo. Murat seria constituído arguido.


O segundo suspeito tratava-se de Serguei Malinka, um cidadão russo, amigo de Murat, responsável pela criação do website para a empresa imobiliária de Murat: Romingen. Discos rígidos e diverso material informático foram apreendidos para investigação.



Seguiram-se longos dias de interrogatórios.


Entretanto a banda Simple Minds, emprestou o tema "Don't you Forget About Me" para uma campanha visando encontrar Madeleine.


O auge mediático dos apelos aconteceu dia 19 de Maio, quando no intervalo da final da Taça de Inglaterra, entre Manchester United e Chelsea, um video sobre Maddie foi divulgado no Estádio de Wembley.



Dia 25 de Maio é a vez do jogo online Second Life receber cartazes com apelos para que a criança fosse encontrada.






- Audiência com Bento XVI

A 30 de Maio o casal McCann, com o intuíto de divulgar o desaparecimento da sua fiha, deslocou-se ao Vaticano para se encontrar com o Papa Bento XVI, na audiência semanal.




«Foi muito importante para nós a entrega da foto de Madeleine, e quando o Papa a abençoou foi um momento muito emocionante, porque sabemos que aquele toque vai nos ajudar nesses tempos difíceis». disse Kate McCann após o encontro.


- Internacionalização dos apelos

Dia 1 de Junho os McCann dão uma conferência em Espanha para internacionalizar os apelos de auxilio às buscas. Nas semanas seguintes viajam para Berlim, Amsterdão e Marrocos.


Dia 13 de Junho o jornal holandês The Telegraaf avança com a notícia de que teria recebido uma carta contendo dois mapas com indicações do local onde Madeleine poderia ter sido enterrada. Segundo avançou o jornal, o cadáver de Maddie estaria a mais de uma dezena de quilómetros do sitio do desaparecimento, mais concretamente em Odeáxere, numa zona de difícil acesso. As longas buscas afiguraram-se infrutíferas.


Agosto foi o mês em que tudo se alterou.


Dia 2 de Agosto testemunhas oculares afirmam ter visto Madeleine na fronteira entre a Bélgica e Holanda. Segundo testemunhos a menina fazia-se acompanhar com um casal, ela supostamente Britânica e ele, descrito como um Holandês de aproximadamente 40 anos e 1,80 de altura. A menina teria sido vista na esplanada do café "De Pause" em Torges, Bélgica. A polícia difundiu um retrato robot do suspeito.


- Carros inspeccionados

No dia 6 de Agosto a PJ ordenou o encerramento de três pisos de um parque de estacionamento subterrâneo no centro de Portimão. Nove veículos foram inspeccionados. Os carros de familiares e amigos de Murat e o Renault Megane Scénic utilizado pelo casal McCann foram passados a pente fino.


- Odor a cadáver no Ocean Club

Coincidência ou não, a partir dessa peritagem policial, as autoridades voltaram à "Vivenda Liliana", habitação de Murat onde procederam a escavações e ao próprio Ocean Club. Os quartos do empreendimento turístico foram vistoriados recorrendo a cães pisteiros e a luz ultra-violeta. Com os cães a detectarem odor a cadáver no Ocean Club, a hipótese homicídio ganhou novos contornos.


Dia 16 de Agosto os jornais portugueses veicularam a notícia de que teriam sido encontrados vestígios de sangue no apartamento ocupado pelo casal McCann.


- Laboratório de Birmingham

Os vestígios foram enviados para o laboratório Forensic Science Service, em Birmingham (Inglaterra), especialista em análises forenses.


- Rapto ou homicídio negligente?

O cenário de um eventual homicídio de Maddie tornou-se, com o aparecimento de vestígios no Ocean Club, a hipótese mais viável. As equipas de investigação suspeitam que a eventual morte de Maddie possa ter ocorrido mediante acidente fatal.


As noticias trazidas a público pelos jornais portugueses recolocaram os McCann como possíveis implicados na morte da criança. Gerry e Kate, até então sempre solícitos para com os media, passaram a evitá-los. O jornal Tal & Qual que, numa reportagem, referiu a possibilidade de os McCann estarem implicados na morte da criança, será processado pelo casal por ter provocado «sofrimento» e «humilhação». As suas entrevistas passaram a ser um exclusivo para os órgaos britânicos, a imprensa portuguesa foi acusada de proceder a uma «campanha difamatória».


Desde o inicio das investigações a policia tenta reconstituir todos os passos do caso e há um espaço entre as 18 e as 21 horas do dia 3 de Maio em que «ninguém viu Madeleine».


- Seringa com sedativos


A trama adensou-se quando saíram noticias de ter sido encontrada, no quarto dos McCann, uma seringa hipodérmica com sedativos.


Este hipotético facto poderá reinverter toda a história.


Terão os McCann administrado sedativos quer em Maddie quer nos dois gémeos para poderem jantar descansados num restaurante a 50 metros do apartamento? Terá a dosagem sido a correcta? Foram algumas perguntas colocadas pelos media nacionais.


Segundo uma notícia veiculada pela TVI, um dos cães pisteiros detectou um «rasto de morte» na roupa de Kate McCann e no peluche de Maddie. O mesmo odor que, segundo o Diário de Noticias, já tinha sido detectado no carro do casal.



- McCann interrogados


Dia 6 de Setembro, o interrogatório a Kate McCann demorou cerca de 11 horas e, pela primeira vez desde que Maddie desapareceu, a mãe da menina fez-se acompanhar por um advogado. Segundo noticia o Diário de Notícias Kate terá sido ouvida enquanto testemunha.


Na base dos novos interrogatórios poderão estar contactos telefónicos e emails trocados pelos McCann com amigos britânicos já regressados ao Reino Unido.


Dia 7 de Setembro é a vez de Gerry McCann ser interrogado individualmente.


As primeiras notícias da manhã de dia 7 davam conta do regresso de Kate McCann às instalações da polícia judiciária. Kate terá sido vaiada pelas dezenas populares que se encontravam nas imediações do edifício de Portimão.



Novas notícias da BBC dão conta que a polícia portuguesa terá declarado oficialmente Kate como suspeita e é provável que, nas próximas horas, a mãe da criança possa ser constituida arguida no caso.


A edição online do Expresso avança que Kate McCann abandonou as instalações da PJ depois de mais cinco horas de interrogatório. Segundo a Sky News, a tia de Madeleine, revela que Kate pode vir a ser acusada de ter «morto acidentalmente a
sua filha».


O semanário Sol afirma que a Polícia Judiciária terá proposto um acordo a Kate McCann. Kate admitia a suposta morte acidental da criança e a ocultação do cadáver e enfrentaria uma pena de prisão reduzida (2 anos).


- Casal constituido arguido

A noite de 7 de Setembro marca a constituição do casal McCann como arguido, com o termo de identidade e residência (TIR), no caso do desaparecimento da filha de 4 anos. Gerry McCann, após 8 horas de inquirição, juntou-se a Kate na lista de arguidos.



Segundo palavras do advogado do casal, Carlos Pinto Abreu à Sic «Kate e o Gerry McCann foram constituídos arguidos, para além do TIR não têm qualquer outra medida de coacção, ou seja têm total liberdade de movimentos. Não lhes foi movida qualquer acusação».


- Calpol: o medicamento antipirético

Novos desenvolvimentos no caso Madeleine. Numa entrevista ao The Sun, o avô materno de Madeleine, Brian Healy, revelou que a filha (Kate) «apenas terá usado Calpol para a ajudar a menina a dormir».


Esta revelação contradiz tudo aquilo que Kate tem assegurado; que não administrou qualquer substância para que as crianças adormecessem. Calpol é um medicamento antipirético, usado para o alivio de dores. O medicamento não é comercializado em Portugal, pelo que, a ter sido administrado, terá sido comprado no Reino Unido. No mercado britânico o medicamento tem uma dosagem anti-histamínica, o que aumenta o sono por ele provocado.


A substância activa do Calpol é o paracetamol. Como efeitos secundários, derivado a uma sobredosagem, apontam-se a Icterícia (coloração amarelada da pele), a Dispnéia (falta de ar ou dificuldades respiratórias), sonolência e hepatonecrose.


O dia 8 de Setembro é marcado por uma reacção dos McCann relativamente à suspeição de terem provocado a morte acidental da própria filha. Os McCann dizem-se «chocados» e «horrorizados». O casal procura agora evitar todo o circo mediático que se gerou mantendo-se fechado em casa.


Em declarações à Lusa a porta-voz do casal afirmou que o casal pondera regressar a Inglaterra para «limpar a imagem».



- Regresso a Inglaterra

O 9 de Setembro fica marcado pelo regresso dos McCann a Inglaterra. Segundo o Sunday Telegraph o casal irá pedir a intervenção do governo britânico, nomeadamente do Ministério dos assuntos exteriores.



Na noite de 9 de Setembro, Hernâni Carvalho, especialista da TVI em assuntos criminais, fez referência a uma equipa de investigação da revista People, que terá procedido a uma análise detalhada das expressões faciais de Kate McCann e encontrado indicios da mesma estar a encobrir algo.


O site Portugal Diário cita uma entrevista de Kate McCann ao Sunday Mirror. Essa entrevista terá sido concedida antes de Kate ter sido constituida arguida. Nela a mãe
de Madeleine teceu duras criticas à actuação da polícia portuguesa que diz estar a actuar sob pressão «A polícia não pretende um crime em Portugal nem má publicidade acerca de não terem leis contra pedófilos, por isso estão a culpar-nos»


Na manhã de dia 10 de Setembro surgem notícias de que a PJ irá entregar os relatórios dos interrogatórios de Kate e Gerry bem como os resultados das primeiras análises forenses ao Ministério Público (MP). O MP, responsável pelo enquadramento legal do caso, caso encontre indicios poderá vir a entender que
estamos perante um crime doloso e não por negligência. Caso este cenário se confirme é possível que se venha a alterar a moldura penal de termo de identidade e residência (TIR) para prisão preventiva.


- Advogado de Pinochet


O Diário Digital afirma que os pais de Madeleine irão recorrer ao advogado que evitou a extradição do ex-ditador Augusto Pinochet para o Chile. O casal anunciou em comunicado que irá subscrever os serviços de Michael Caplan um dos advogados mais reputados do Reino Unido.


Na noite de 10 de Setembro, a Sky News afirma que as análises enviadas pelo laboratório de Birmingham à PJ confirmam que os vestígios de ADN encontrados no apartamento e no carro dos McCann (alugado três semanas após o
desaparecimento) pertencem à menina britânica.


Dia 11 de Setembro Gerry McCann comentou, na sua página pessoal, a última semana vivida em Portugal. «A dor e o transtorno que experimentamos na última semana é totalmente impossível de qualificar». Gerry também comentou a constituição do casal como arguido e o regresso a Inglaterra «Sempre tivemos esperanças de não ter que voltar para o Reino Unido sem Madeleine e nunca imaginamos a possibilidade de sermos suspeitos do desaparecimento de nossa filha».

- PJ desmente Sky News

Numa intervenção no programa da RTP, Prós e Contras, o Director Nacional da PJ,
Alípio Ribeiro, desmentiu as notícias veiculadas ontem pela Sky News de que o ADN encontrado no carro e apartamento coincidiriam 100% com o de Madeleine.


Os jornais britânicos de dia 11 de Setembro dão conta de que McCann poderão receber a visita de técnicos de segurança social para avaliar as condições do casal para manter a guarda dos gémeos. Os técnicos irão avaliar se o impacto dos pais estarem implicados num caso criminal estará a ter implicações no bem-estar dos seus filhos. Caso a avaliação seja negativa os McCann poderão perder a custódia dos gémeos.



Dia 12 de Setembro os media portugueses afirmam que o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, admitiu novas diligências no caso Madeleine o que poderá redundar em novas medidas de coacção para os McCann. Há também notícias de que o Ministério Público ordenou a apreensão de um objecto que poderá ser um diário escrito por Kate. Na base deste pedido poderá estar a necessidade de fazer um traçar um perfil psicológico da mãe da criança.


O Correio da Manhã dá conta de que os cães pisteiros terão detectado odor a cadáver junto da igreja da Praia da Luz. O facto de ser um local de culto, protegido por reservas legais, constitui um obstáculo às investigações.



O Blog Gazeta Digital, do jornalista Paulo Reis, revela um dado novo que pode ser útil na investigação. Segundo revela o blog, Mari Olli, a senhora norueguesa que afirmou ter visto Madeleine em Marrocos, viveu durante algum tempo em Rotley (terra dos McCann) e residia a escassos minutos do hospital onde Gerry trabalhava.



- Diário de Kate

Dia 13 de Setembro os media portugueses apresentam trechos do díário que o Ministério Público mandou apreender a Kate McCann. Nele Kate refere-se aos filhos com sendo «histéricos» e de Madeleine como uma menina hiperactiva «que a esgota». No seu diário Kate refere que Gerry não a ajuda nas tarefas domésticas pelo que o cuidado dos filhos ficava inteiramente a seu cargo.


Na noite de dia 13, a SIC entrevistou Heinef Burnard, o padre anglicano da Praia da Luz. Confrontado com os rumores que têm pairado sobre a possível utilização da igreja para a ocultação do suposto cadáver o padre admitiu não saber desde quando os McCann tiveram acesso à chave do local de culto.


Dia 14 de Setembro a PJ admitiu as dificuldades para encontrar um corpo (o de Madeleine) que «poderá já não existir». A ausência do cadáver da menina poderá deitar por terra quer as investigações, quer a acusação formal de hipotéticos responsáveis. Certo é que a PJ continua a investigar os terrenos circundantes ao Ocean Club, nomeadamente junto à costa. Segundo o site Mundo Português, o
corpo de Maddie pode ter sido arremessado ao mar, num saco carregado de pedras, através de um veleiro inglês. Outras fontes apontam para a possibilidade do corpo ter sido incenerado em Portugal ou na vizinha Espanha, nomeadamente em cimenteiras pertencentes a privados.


- Nova campanha, novos apoios


Dia 15 de Setembro surgem notícias de que os McCann pretendem relançar a campanha «Find Madeleine». A nova assessora do casal, Nathalie Orange que sucede a Justine Mcguinness, revelou que o casal continua a acreditar que a filha está ainda viva e algures entre Portugal e Espanha. Uma verba entre 75 e 115 mil euros será despendida para o relançar de uma campanha mediática.



Dia 16 de Setembro o semanário Sol revela que o multimilionário Richard Branson, dono da Virgin, ofereceu 150 mil euros para custear a defesa do casal McCann.



- Passagem Bíblica

Já a revista Sábado revela mais pormenores da investigação. No relatório intercalar
do interrogatório aos McCann consta que Kate McCann tinha o marcador da sua Bíblia numa passagem do Antigo Testamento na qual Samuel tem que dizer a um homem que o seu filho morreu. Ler passagem da Bíblia


Dia 18 de Setembro dá-se a primeira declaração pública do novo assessor dos
McCann. Depois de Justine McGuinness é a vez de Clarence Mitchell, ex-jornalista da BCC e assessor de imprensa do governo britânico, gerir a política de comunicação do casal. Segundo a TSF, Clarence diz ter decidido ajudar um casal que considera «vítima inocente de um crime odioso».


Na manhã de 19 de Setembro, o cronista policial, Hernâni Carvalho revelou que alguém terá lançado uma oferta à empresa "Rent-a-Car" para a compra do carro alugado pelos McCann. Segundo o jornalista a oferta terá sido «muito acima do valor de mercado». Já o Correio da Manhã afirma que o juíz de instrução requereu novas diligências o poderá significar que a casa dos McCann em Rotley será palco de
buscas.


Dia 20 de Setembro a PJ deslocou-se à Serra de Monchique para inspeccionar o crematório privado "Creon Starlight", pertencente a um cidadão holandês.



22 de Setembro - Tendo em vista a sua defesa o casal McCann tem recrutado os profissionais mais reputados. Ao novo assessor de imprensa Clarence Mitchell juntam-se agora o Bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves e Dan Krane, um especialista americano em análises forenses.



Quatro meses após o desaparecimento de Maddie, Gerry McCann revela novos dados. Segundo o pai da criança, o hipotético raptor de Madeleine poderia estar já dentro do apartamento quando o próprio Gerry abandonou o restaurante para se certificar que os filhos dormiam. Segundo o Portugal Diário, Gerry terá ido ao quarto por volta das 21h e ter-se-á deparado com a porta do quarto das crianças aberta
. Apesar disso as crianças dormiam tranquilamente. Após constatar que estava tudo bem Gerry regressou ao restaurante. Cerca de meia-hora depois coube a Kate verificar se estava tudo bem com as crianças. O alerta de desaparecimento seria dado por Kate por volta das 21.45.


- McCann: Visita a Huelva sob investigação

Dia 23 de Setembro o blog Gazeta Digital, tendo como fonte alguém próximo da Polícia Espanhola, revela que estão a decorrer investigações na Andaluzia, nomeadamente em Huelva, para reconstituir a passagem dos McCann por aquela
cidade. Recordo que os McCann se deslocaram áquela cidade no dia 3 de Agosto para divulgar o desaparecimento da filha. A polícia espanhola acha suspeita a presença do casal na cidade e o seu desaparecimento por duas horas. Uma recolha de videos dos sistemas de video-vigilância mostra o carro alugado pelos McCann parado em diversos locais «sem justificação».


Dia 24 de Setembro diversos órgãos de comunicação portugueses dão conta de que os McCann terão contratado detectives privados para investigar o desaparecimento da sua filha.


- Foto em Marrocos

O dia 25 de Setembro foi marcado por noticias que dão conta de que um casal espanhol terá entregue à polícia de Albacete uma foto com uma menina parecida a Madeleine. Em declarações à TVI uma fonte da PJ diz que este novo dado não é credível e que se trata de uma manobra de «contra-informação». As informações
mais recentes dão conta de que a menina na foto é Bushra Binhisa, uma criança marroquina, de cinco anos de idade, residente em Zinat, Marrocos, acompanhada pelo avô. Parte da família da menina vive na Bélgica.


Dia 28 de Setembro, Hernâni Carvalho lançou novas suspeitas sobre o episódio da fotografia de Marrocos. Segundo o jornalista, Clara Torres, a turista espanhola que
diz ter visto Madeleine terá cursado medicina (o mesmo curso dos McCann) e terá vivido em Amesterdão à semelhança de Gerry e Kate.


Dia 2 de Outubro, o coordenador da PJ de Portimão, Gonçalo Amaral, após ter acusado a polícia britânica de só analisar pistas do interesse dos McCann, foi
afastado das suas funções.


Dia 7 de Outubro, Alex Woolfall, o especialista em relações públicas que acompanhou os McCann nos primeiros dias após o desaparecimento, afirmou, em
entrevista ao "The Times", que o casal «merecia um óscar» pelo seu desempenho caso estivesse implicado no desaparecimento da filha.


Dia 8 de Outubro, a SIC transmitiu uma peça na qual o psicólogo criminal, Paulo Sargento, apresentou uma reconstituição virtual da noite do desaparecimento de Madeleine. Ver Video



- Resultados dos testes de ADN

Dia 9 de Outubro, alguns media ingleses dão, pela primeira vez, razão à polícia judiciária no caso Madeleine. Segundo fontes próximas do laboratório de Birmingham, os diários britânicos dão conta que os cabelos, vestígios e fluidos encontrados no carro «sustentam o resultados dos testes anteriores».



Segundo o DN de dia 10 de Outubro, os resultados dos testes de ADN consubstanciam a hipótese de morte da criança e ocultação de cadáver. Os novos
indícios dão conta que os vestigios encontrados no carro dos McCann (alugado 3 semanas após o desaparecimento) refutam a hipótese de contágio e comprovam a presença física da menina na viatura. Ainda segundo o diário a PJ terá voltado ao Ocean Club para fazer nova reconstituição da noite do desaparecimento.


A revista Lux, lançada dia 13 de Outubro, dá conta de um filme americano, realizado há um ano, que tem assustadoras coincidências com o caso Madeleine. Ver informação sobre o filme




Dia 17 de Outubro, numa entrevista citada pelo semanário Sol, Kate diz-se vítima do «lixo imoral» que tem sido veiculado pela imprensa. Ainda na mesma entrevista, Kate disse que as suspeitas que recaem sobre si derivam do seu «ar pouco maternal». «Se eu pesasse mais dez quilos, tivesse mais peito e um ar mais maternal, as pessoas tinham mais compaixão».


Dia 22 de Outubro, numa entrevista ao jornal El País, Alípio Matos, Director Nacional da PJ confirmou que os amigos dos McCann que passavam férias no Algarve quando Maddie desap
areceu serão interrogados nos próximos dias.


- McCann em entrevista a canal espanhol


Na noite de 24 de Outubro o casal McCann deu uma entrevista em exclusivo para o canal espanhol Antena 3. A entrevista, feita em casa de Brian Kennedy, um dos maiores financiadores da campanha "Find Madeleine" ficou marcada pela comoção de Kate ao recordar a filha. O casal voltou a negar ter sedado os filhos e ter qualquer envolvimento no desaparecimento de Madeleine. Ver parte da entrevista

Dia 3 de Novembro cumpriu-se meio ano desde o desaparecimento de Madeleine McCann.

- Foto do Quarto de Madeleine

Dia 12 de Novembro a jornal inglês Daily Mail revela uma foto inédita do quarto de onde supostamente Madeleine desapareceu. Recorde-se que o quarto onde foram encontrados vestígios biológicos da menina se encontra encerrado e ao cuidado da PJ.


Dia 19 de Novembro o Jornal de Notícias que o Ministério Público concluiu as cartas rogatórias, um documento obrigatório para a PJ possa actuar em Inglaterra com a colaboração das entidades locais. A PJ pretende ouvir o grupo que acompanhava os McCann nas férias para esclarecer «algumas contradições».

Dia 29 de Novembro a edição online do Expresso dá conta de que os exames forenses feitos em Birmingham são inconclusivos devido à degradação das amostras e não permitem consubstanciar a tese de que o casal pode estar implicado no desaparecimento da filha.

Última actualização: ( 1 Dez | 11:05 )


Artigos Relacionados:

McCann: Máquina da Verdade

Madeleine: Gone Baby Gone
Bíblia McCann
Madeleine: Jornalismo do Vazio
Madeleine: Para Inglês Ver


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Paulo Portas: X-Files


61893. Terá sido este o número de páginas que Paulo Portas terá mandado fotocopiar antes de sair do Governo.


A noticia foi avançada pelo Semanário Expresso e dava conta de que Paulo Portas, ex-Ministro da Defesa, na última semana antes das eleições gerais (2005), terá mandado fotocopiar e digitalizar milhares de documentos. A tarefa exaustiva terá ficado a cargo de uma empresa especialmente contratada para o efeito.

Até aqui, apesar de bizarro, não de mal viria ao mundo.

Acontece que segundo o Expresso o ex-ministro teria, por entre as largas resmas de papelada, documentos classificados de "Confidenciais". Dossiers marcados com as expressões "Iraque", "Submarinos", "ONU", "NATO", ou seja, documentos de Estado que nunca deveriam sair do seu gabinete.

Confrontado com as suspeitas, Paulo Portas alegou que se tratavam exclusivamente de "notas pessoais", despachos que terá escrito entre a liderança do Partido Popular e tutela da pasta da Defesa. Ora, já que falamos em números, segundo os cálculos da Rádio Renascença, 60 mil documentos dá uma média impressionante de 24 páginas escritas por dia. E atenção! Serão 24 páginas/dia se incluirmos fins-de-semana e férias na contagem porque caso nos fiquemos por dias úteis a média aumentará significativamente.

Parece que a moda do jornalista/escritor está para ficar e há mais um interessado em se perpetuar entre as fileiras dos "best-sellers". Miguel Sousa Tavares e José Rodrigues dos Santos que se cuidem...

Se as notas eram realmente da autoria e pertença do autor para quê fotocopiar quando as podia trazer num caixote quando esvaziasse o gabinete?

Ou o senhor não consegue destrinçar o que é pessoal e do que é assunto de Estado ou então ainda não despiu totalmente a pele de jornalista do Independente e aponta tudo o que lhe apraz.

domingo, 11 de novembro de 2007

Independente: Incómodo Político

Outubro de 2007 ficou marcado pelo encerramento da Universidade Independente.

Em Fevereiro, o caso que inicialmente eclodiu como uma crise ligada à gestão de uma instituição superior de ensino privado logo ganhou contornos políticos quando veio à baila o nome do primeiro-ministro José Sócrates.

Aquilo que se afigurava uma "zanga de comadres" entre Luís Arouca e Rui Verde, reitor e vice-reitor respectivamente, tornou-se um escândalo político, uma luta de poderes, uma tentativa de golpe de Estado.

Nos bastidores de uma Universidade descredibilizada em hasta pública deu-se voz, na maioria dos casos, a quem dos queixosos tinha
interesses dúbios relativamente à continuidade da instituição.

Embuídos pelo espírito reivindicativo e em busca do protagonismo que alguns frames televisivos concedem retornaram ao ambiente nubloso os Sebastianistas."Alunos" que, na última década, se deve contar pelos dedos as vezes que entraram naquele estabelecimento, tomaram as rédeas do protesto assumindo-se como a pretensa voz dos alunos.


Em
nome dos alunos fizeram-se as declarações mais pretensiosas, arrombaram-se portas, houve barricadas humanas, tudo em nome de uma maioria silenciosa. Tomou-se a parte pelo todo. Verde e Arouca, de candeias às avessas esgrimiram, na comunicação social, acusações reveladoras de mediocridade.

Acusações de falências fraudulentas, do uso de verbas da universidade para proveito pessoal, de falsificação de documentos, de avaliação de diamantes nas instalações da universidade.
Que futuro poderia ter uma instituição quando as suas autoridades máximas enveredam pela maldicência plebeia?

Num contexto de desaguisados na gestão e inviabilidade económica esqueceu-se o mais importante na estória: o capital humano da universidade.

Durante os meses em que o caso abriu telejornais e fez manchete nos diários a mesquinhez jornalística não soube separar as águas.

O suposto facilitismo académico concedido a José Sócrates criou, no imaginário dos espectadores, a ideia de uma Universidade vendedora de cursos.


O caso Independente não foi seguramente um caso académico foi um caso político. Não
foram os (fracos) índices académicos que precipitaram o seu encerramento, a universidade independente ficou associada a um cancro político e nada melhor que a silenciar para que mais nada viesse à tona.

Seria a situação da Independente tão grave ao ponto de ordenar um encerramento compulsivo no prazo de meio ano?

Tomemos como exemplo o também badalado caso Moderna.


Apesar de Mariano Gago ter prometido uma "acção urgente de acompanhamento", de a entidade instituidora, a Dinensino, estar em degradação há longos anos e estar em falência técnica, da universidade estar sem reitor, dos professores não oficializarem avaliações desde 2000, dos conselhos cientifico e pedagógico não funcionarem devidamente, de serem avultadas as dívidas ao fisco e segurança social, de
professores se demitirem em bloco, dos alunos terem passado de 10.000 (1997) para 700 (2006), de a Universidade estar ligada ao tráfico de influências, desvio de verbas para consumos de luxo (entre 1997 e 1999 foram gastos com cartões de crédito da Universidade 173 mil contos (862.920 euros), ao tráfico armas, à falsificação de documentos, à apropriação ilícita e financiamento de partidos políticos, de os seus fundadores terem sido condenados a vários anos de cadeira; apesar de tudo isto, a Universidade mantém as portas abertas.

Embora a gravosidade destes estes aspectos não seja mensurável em balança, os aspectos apontados à Independente, à primeira vista, não justificavam a urgência no seu
encerramento. À Independente "apenas" se apontaram suspeitas de fraude, burla e gestão danosa.

O motivo que Ministro Mariano Gago alegou para um encerramento compulsivo da Universidade Independente foi justificado por esta se encontrar em "manifesto processo de degradação pedagógica". Justificar o encerramento pela insuficiência académica relativamente ao número de docentes doutorados é uma mentira de todo o tamanho. Mariano Gago sabe que estas normas são apenas directrizes introduzidas com o processo de Bolonha que, naquela instituição, só foi aprovado para o ano lectivo de 2006/2007. Degradação pedagógica implicaria
demissão dos docentes relativamente às suas funções, ora mesmo não remunerados os docentes mantiveram-se na Universidade e garantiram a continuidade do semestre.

A verdadeira degradação pedagógica terá ocorrido, isso sim, quando o despacho foi proferido o que levou a uma debandada de alunos da instituição.
Mesmo que justificável o encerramento da Universidade Independente é um paradoxo governamental.

Um governo que se mostra tão preocupado com as qualificações académicas dos portugueses, que cria parcerias com a Microsoft, MIT, Carnegie Melon, que cria o programa novas oportunidades, castra assim o percurso
académico de 3000 alunos ditando o encerramento urgente de um estabelecimento sem criar alternativas?

O Governo não decretou a abertura de vagas excepcionais noutras universidades, deixou os alunos sozinhos, abandonados à sua iniciativa própria, à mercê das promessas de mundos e fundos da sede necrófega de outras instituições de ensino (privadas) que viram na crise da Independente uma oportunidade de negócio. Para muitos alunos foi certamente o fim de um sonho académico.


Já nada espanta num Governo que fecha urgências, fecha escolas, um Governo que fecha as maternidades às mulheres grávidas e, com o novo código penal, abre a cela aos criminosos.

Invariavelmente neste país quem menos culpa tem é quem mais penalizado é. Desta vez coube a fava aos alunos.

"Nem os cães são tratados assim..."
Cartoon da autoria de Luís Veloso