sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Selecção: A Soco-lari


«Voltou o mata ou morre». Foi desta forma que Scolari antecipou o embate entre a selecção das quinas e a Sérvia. Mas ao que parece o seleccionador nacional terá levado a semântica demasiado à letra. Uma agressão a soco a um jogador Sérvio poderá ter repercussões nefastas para o Seleccionador Brasileiro.


Com uma agressão ao Sérvio Dragutinovic, jogador do Sevilha, Scolari deu não só um murro no adversário, como poderá ter comprometido a sua liderança rumo ao Europeu de 2008.


Luis Felipe Scolari perdeu a cabeça quando o árbitro da partida, o alemão Markus Merk, validou um golo aos 87 minutos, golo esse envolto em grande polémica por pretenso fora-de-jogo não assinalado. «Ele estava dois metros fora-de-jogo e provavelmente vocês têm as imagens. Mais uma vez Markus Merk vem aqui e aproveita a oportunidade para dar o nó» disse o seleccionador à RTP.


Não há que escamutear a situação. Apesar de Scolari afirmar que «não existem dados que possam castigar-me» e que apenas terá intervindo para «defender Quaresma» as imagens mostram, indubitavelmente, uma agressão ao jogador Sérvio.


Um líder de uma Selecção não se pode justificar dizendo «tentei tapear o jogador que ia tentar tapear o Quaresma». Uma conduta anti-desportiva nunca poderá ser paga na mesma moeda.


Uma vez mais lanço uma critica ao conceito de "flash-interview" no futebol.


Após um incidente com esta gravidade não me parece sensato colocar um interveniente de uma agressão a falar perante as cameras. O estado de descompensação psicológica tira discernimento e Scolari pode ter assinado a sua sentença não revelando a humildade suficiente para reprimir os seus actos irreflectidos. A UEFA costuma ter mãos pesadas nestas situações.


É mais um episódio negro num rol de situações que em nada abonam a favor do futebol português.


Relativamente ao futebol jogado voltou o fatalismo do fado lusitano. Tem-se tornado recorrente Portugal complicar sempre as contas dos apuramentos para fases finais. Em três jogos Portugal poderia ter deitado tudo a perder com três empates consecutivos contra Arménia, Polónia e Sérvia, não tivessem os seus oponentes perdido pontos também.


Novamente teremos de andar com a famosa calculadora nas mãos.


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