domingo, 14 de junho de 2009

Curtas: Cavaco Silva I


Já ninguém fica surpreendido quando um líder político decide dar a sua opinião sobre coisas para as quais não tem a mínima competência.

Cavaco Silva considerou que os valores pagos pelo Real Madrid por Cristiano Ronaldo «passaram os limites razoáveis».

Todos gostariamos de ter um Presidente menos preocupado com a indústria futebolistica e mais interventivo em temas como a utilização de dinheiros públicos para tapar os milionários desfalques bancários ou os cartéis das empresas energéticas que multiplicam lucros em tempos de crise.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

CR7: Real Negócio

Ao que tudo indica o jogador luso irá ser jogador do Real Madrid.

Depois de no último defeso as abordagens do clube espanhol terem saido goradas parece agora inevitável a saída de Ronaldo de terras de sua Majestade.

Florentino Peres, de volta ao Real, parece novamente apostado em inflacionar o mercado de transferências futebolistico atendendo às cifras envolvidas nos negócios de Kaká (65M) e Cristiano Ronaldo (94M)

É de facto surreal que perante uma conjuntura desfavorável e uma crise financeira mundial alguem esteja disposto a despender de tais valores.

Não me espantaria que toda esta enorme operação financeira fosse co-suportada por grandes sectores de actividade espanhóis.

Para lá do valor pago por Ronaldo ser rapidamente amortizável através da exploração dos seus direitos desportivos e comerciais, o facto de se ter um dos melhores jogadores do mundo a actuar no país representa uma mais valia para os sectores ligados ao turismo, transportadoras, hotelaria e restauração. Se bem se lembram já no defeso 2008/2009 vimos a Audi a presentear Ronaldo com um dos seus últimos modelos para que viesse jogar no Real Madrid.

Há pois toda uma teia de relações económicas que gravitam paralelamente ao Futebol e que nele têm um interesse atendível.

Ronaldo não significa apenas Futebol mas também proventos económicos.

Mas aquilo que quero ressalvar com este artigo é a necessidade de regulamentação.

É um fenómeno relativamente recente, embora tenha tido maior incidência nos últimos anos. O futebol está a ser invadido por magnatas, muitos deles sem terem reconhecida qualquer credencial que os torne aptos a gerir clubes desportivos. O futebol tornou-se um desporto de investimento fácil, onde deixaram de ser necessárias valências cognitivas para que se possa gerir um clube. Basta a qualquer excêntrico mundial apresentar uma avultada soma financeira para tomar as rédeas de um clube de Futebol.

Aos jogadores exige-se uma formação futebolistica, aos treinadores o grau de treinador condescendente com o escalão em que milita, aos presidente apenas é exigido dinheiro.

É este falta de regulamentação que se está a tornar gritante no Futebol. Vemos o senhor Platini tão embrenhado em melhorar a arbitragem colocando um árbitro por cada cinco metros quadrados de relvado mas incapaz de enfrentar os fenómenos que estão a deitar o jogo por terra.

Deixar o Futebol nas mãos de pessoas que gerem clubes como se empresas fossem, é um erro gritante.

Deixar o poder nas mãos de Presidentes que dos jogadores pretendem fazer lucros e não boas equipas, que dos filiados querem fazer accionistas, que dos públicos querem fazer clientes e não adeptos é assinar a sentença de morte.

Uma morte lenta mas anunciada.

O Real Madrid e os seus adeptos já viveram a experiência de um periodo em que contavam no seu plantel como os nomes mais sonantes (Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Ronaldo, Figo) e isso pouco foi traduzível em resultados desportivos.

Que Ronaldo tenha sorte mas que se lembre que na vida, tal como no Futebol, há coisas que o dinheiro não pode comprar.

sábado, 6 de junho de 2009

Curtas: Eleições Sporting


Ao elegerem José Eduardo Bettencourt como 35º Presidente com 89,4% dos votos os Sportinguistas deixaram uma mensagem inequívoca.
Mais do que votarem num Presidente os Sportinguistas votaram num conceito: o da estabilidade.
Apesar de um discurso de ruptura interessante, o candidato Paulo Pereira Cristóvão acabou por deitar tudo a perder ao anunciar grandes nomes. Uma total antítese daquilo que tem sido a fórmula de sucesso no Sporting. Os grandes momentos do Sporting foram, na esmagadora maioria dos casos, originados por jogadores/técnicos que, mesmo não sendo de renome, o construíram em Alvalade.
Ao terem respondido "SIM" a uma equipa oriunda da formação e a uma política contenção orçamental os adeptos leoninos terão que ter a paciência necessária para esperarem pelos frutos de um projecto, que apesar de acertado e promissor, só irá solidificar e dar frutos constantes a médio ou longo prazo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Curtas: Jesualdo Ferreira I


Esta foi seguramente a época mais saborosa para o Professor Jesualdo Ferreira.
Conseguiu colmatar a ausência de jogadores importantes (Paulo Assunção, Quaresma e Pepe), apostou em perfeitos desconhecidos, tornando-os peças-chave no onze do Futebol Clube do Porto (Cissoko, Fernando, Hulk), realizou a melhor época pós-Mourinho e entrou para a história tornando-se o Treinador de maior permanência nos Dragões.
Numa época em que, face ao castigo de Pinto da Costa, Jesualdo foi a cara e voz do FCP, o treinador Transmontano terá conquistado, em campo, a simpatia que não conseguiu obter dos adeptos noutros aspectos.
Pela sabedoria e profissionalismo demonstrado, Jesualdo merece este sucesso.