sexta-feira, 15 de junho de 2007

Guerra das Liberdades


O que têm em comum os anos 64 d.C, 1933 e 2001 ? O que poderão ter em comum o Imperador Romano Nero, Adolph Hitler e George Bush? Até onde alguém está disposto a ir para ver o seu poder aumentado?




Seria na noite de 18 de Julho do ano 64 d.C. que o núcleo comercial da capital do império romano, Roma, seria fustigado por um violento incêndio. Nero, o imperador romano, atribuiu as culpas do incêndio aos Cristãos. O que terá levado Nero a acusar a comunidade cristã?


Segundo alguns historiadores, o movimento cristão encontrava-se em clara
expansão e constituía uma ameaça a um Império politeísta que não abdicava do seu culto. Os professantes do cristianismo estavam a ocupar cargos públicos e a reforçar a sua posição na sociedade. Uma outra versão refere que a sanidade mental de Nero há muito que estava em causa e que este terá incendiado Roma apenas com o intuito de a reconstruir a seu bel-prazer.


Em 1933, Adolph Hitler formou um governo de coligação constituído por nazis, nacionalistas, independentes e católicos. Da sua chegada ao poder até à instauração de um regime ditatorial foi um pequeno passo. Segundo o historiador William Shirer, a 27 de Fevereiro de 1933, Hitler terá orquestrado o incêndio ao parlamento alemão (Reichtag) para, logo depois, atribuir as responsabilidades aos Comunistas.


O povo alemão acreditou nesta acusação e reforçou os poderes do
Reich através da aprovação de uma lei de autoridade que concedeu poderes de ditador a Hitler. Por seu turno, o partido nacional-socialista cimentou a sua posição no governo com 90% dos votos. Através desta consolidação de poderes Hitler passou a controlar a imprensa e suspendeu actividades dos partidos de esquerda.



Desde 1989, com a queda do muro de Berlim, os Estados Unidos passaram a dominar a ordem internacional. Para além de um mundo unipolarizado verificou-se um fenómeno raro; os EUA deixaram de ter um inimigo concreto. Era necessário um bode expiatório. O alvo do século XXI passou a incidir sobre os muçulmanos.


Em 1991, após o Iraque de Saddam Hussein ter invadido o Kuwait, com o intuito de controlar os poços de petróleo, soldados da ONU liderados pelos Estados Unidos iniciaram o processo de libertação do Kuwait.
Em Abril do mesmo ano a guerra terminaria. O Iraque aceitou o cessar-fogo imposto pelos EUA, porém sofreu duras sanções económicas por não entregar o seu armamento químico.
E quem era presidente dos Estados Unidos em 1991? Nada mais do que George Herbert Walker Bush, pai do actual presidente americano, George W. Bush.


Em 2002, o New York Times desvendou alguns dos mais guardados segredos de manipulação mediática. O Pentágono terá criado o SIE (Serviço de de Informação Estratégica), sobre alçada de Ronald Rumsfeld, um organismo autorizado a praticar desinformação. O SIE tinha um acordo de 100 mil dólares com o Rendon Group, um organismo já havia sido contratado para a Guerra do Golfo e que foi responsável pelo testemunho de uma falsa enfermeira Kuwaitiana que afirmou ter visto soldados Iraquianos a saquear uma maternidade e "arrancar bebés das incubadoras e matá-los sem piedade". Este testemunho foi decisivo para que o Congresso aprovasse uma acção militar no Golfo.


O dia 7 de Outubro de 2001 marcou um outro momento histórico. Pela primeira vez na história uma coligação declarou guerra não a um País, não a um Estado mas a um único homem: Osama Bin Laden.


Se a justificação para a Guerra do Afeganistão foi discutível. O conflito no Iraque deixou exposta a manipulação levada a cabo pelos EUA para atingirem os seus intentos.
A invasão ao Iraque, justificada por Colin Powell e George W. Bush com a existência de "armas de destruição maciça", afigurou-se como uma mentira que os próprios já confirmaram.


As armas biológicas nunca foram encontradas.


A ligação de Saddam com a Al-Qaeda nunca foi provada.


Diga-se em abono da verdade que a Al-Qaeda é uma organização xiita, enquanto que Saddam era sunita.


Em pleno Conselho de Segurança da ONU, Colin Powell, munido de apresentações gráficas, dignas do filme «Minority Report» de Spielberg, defendeu a urgência de uma intervenção militar no Iraque.
Nas infografias apresentou o organigrama da Al-Qaeda e células de produção de armas de destruição maciça. Todas estas informações eram falsas.


Ainda relacionado com a Guerra do Iraque em 2003, o episódio envolvendo a soldado Jessica Lynch.


Supostamente capturada numa emboscada no deserto iraquiano, a soldado Jessica Lynch foi resgatada do hospital onde estava detida como prisioneira de guerra.


Irrompendo pelo hospital iraquiano ao som de explosivos e gritando "go, go, go" os militares americanos filmaram toda a acção hollywoodesca com cameras de raios infravermelhos.


Mas, segundo uma reportagem da BBC, Jessica Lynch terá recebido o melhor tratamento enquanto esteve hospitalizada tendo mesmo direito a enfermeira exclusiva. Enquanto que a versão governamental relatava que Jessica tinha sido baleada e esfaqueada, os relatórios médicos do hospital apenas indicavam fracturas num braço, uma perna e tornozelo deslocado fruto de um acidente de viação.


Pena é que Jessica sofra de uma severa crise de amnésia que não lhe permita reproduzir a emboscada do dia 23 de Março.


Jessica não se recordará porque toda esta operação não passou de um embuste, uma manobra de propaganda militar.



Quando um Estado é capaz de mentir para justificar um objectivo até onde ele poderá ir?


Relativamente ao 11 de Setembro muitas dúvidas subsistem. Atentado organizado por um agressor externo ou uma rebelião interna? O que embateu contra o Pentágono: um Boeing 767 ou um míssil cruzeiro? Porque ruíram as torres gémeas? Será um Estado capaz de se auto flagelar e matar os próprios cidadãos para a consecução dos seus objectivos?


Depois de terem forjado a entrevista com a enfermeira Kuwaitiana, o resgate da soldado Jessica Lynch e as provas sobre a armas de destruição maciça iraquianas quem nos garante que o aparelho de Estado americano não terá feito o mesmo com a gravação em que Bin Laden assume a autoria dos atentados?


O 11 de Setembro legitimou uma guerra, uma guerra contra a Democracia e Direitos Humanos, obrigou os americanos a abrirem mão de parte da sua liberdade em troca de uma maior segurança, reforçou os poderes de Serviços de Investigação e policiamento e do próprio Estado e legitimou cortes no orçamento com custos sociais em nome de duas guerras injustificáveis contra a comunidade muçulmana.

Citando Baptista-Bastos (Jornal de Negócios) "A mentira nunca sustentou o poder por muito tempo". Veremos até quando ela irá durar.


Mike Thompson, Detroit, Michigan, The Detroit Free Press


1 comentário:

  1. "Torne a mentira grande, simplifique-a, continue a afirmá-la, e eventualmente todos acreditarão nela." - Adolf Hitler. Se este senhor do engano afirmou isto, sendo o mestre do mais baixo que a humanidade ja chegou, deveria saber desta matéria mais que nós nesta época de simples engodos.

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