Para o comum dos mortais ser despedido é um drama autêntico, para o "special one" é mais um momento a coroar uma carreira repleta de sucessos.
Mourinho é um caso raro. Não falo do seu talento enquanto treinador e gestor de atletas pois isso é óbvio. O grande trunfo de Mourinho é a sua capacidade intuitiva, uma capacidade que lhe permite conjecturar o que se irá passar adiante e, com isso, agir em antecipação, surpreendendo.
Essa capacidade intuitiva é a imagem do treinador português no mundo. A American Express aproveitou-a para um anúncio no qual Mourinho antecipa os incidentes e está sempre preparado para os maiores imprevistos.
É neste capitulo que Mourinho é genial. Ao fazer uma leitura do que se passa, do clima de aceitação, do grau de confiança que adeptos e simpatizantes depositam nele, consegue escolher os timings certos para provocar, para tomar decisões, ou como foi desta vez o caso, sair em alta.
A sua saída foi uma cartada de mestre.
Não terá sido certamente a frouxa entrada na liga inglesa e o empate caseiro na liga dos campeões frente ao Rosenborg que terão precipitado a saída do treinador português. A ingerência do presidente Roman Abramovich. no departamento de futebol, através da imposição das compras de Schevchenko e Ballack. A gota de água terá sido quando o isrealita, Avram Grant, foi contratado para fazer a supervisão das contratações do clube.
As divergências entre Mourinho e o presidente eram notórias. Mas Mourinho sempre teve dois trunfos nas mãos: o balneário e os adeptos.
Ainda relacionado com a leitura que Mourinho faz, outro facto importante prende-se com o plano desportivo.
Quando chegou a Inglaterra Mourinho, numa conferência de imprensa repleta de jornalistas, prometeu que em três anos levaria o Chelsea a vencer a Premiership. Bastar-lhe-ia um ano apenas para alcançar a proeza.
Mas, se em Inglaterra o domínio do Chelsea foi quase absoluto, no plano internacional raramente se conseguiu impor.
Ao Chelsea de Mourinho exigia-se mais e Mourinho sabia que dificilmente, à partida para a sua quarta época em Inglaterra, conseguiria fazer melhor. E nada melhor do que sair em estado de graça e ser lembrado pelas conquistas do que deixar-se cair na decadência.
Mas, se Abramovich julgava que para um treinador narcisista como Mourinho, ser despedido sem glória seria um rude golpe no ego do treinador português, enganou-se redondamente.
Mourinho tornou-se no desempregado mais satisfeito do globo. Para trás deixou um clube em estado de anarquia, com jogadores a prometer uma debandada geral, adeptos a cantar o seu nome a plenos pulmões (os mais extremistas chegaram mesmo a largar uma lágrima) e vendeu o seu silêncio sobre a sua saída por 20 milhões de euros.
Dificilmente o clube londrino conseguirá atingir a performance que atingiu com Mourinho. Esperam-se momentos dificeis para o patrão multimilionário do Chelsea.
Quanto ao futuro de Mourinho cito mais uma das suas tiradas geniais em Março de 2007 «Se amanhã me despedirem fico milionário e tenho outro clube a pretender-me, por isso vou estar pressionado porquê?».
Premunição?
Mourinho é um caso raro. Não falo do seu talento enquanto treinador e gestor de atletas pois isso é óbvio. O grande trunfo de Mourinho é a sua capacidade intuitiva, uma capacidade que lhe permite conjecturar o que se irá passar adiante e, com isso, agir em antecipação, surpreendendo.
Essa capacidade intuitiva é a imagem do treinador português no mundo. A American Express aproveitou-a para um anúncio no qual Mourinho antecipa os incidentes e está sempre preparado para os maiores imprevistos.
É neste capitulo que Mourinho é genial. Ao fazer uma leitura do que se passa, do clima de aceitação, do grau de confiança que adeptos e simpatizantes depositam nele, consegue escolher os timings certos para provocar, para tomar decisões, ou como foi desta vez o caso, sair em alta.
A sua saída foi uma cartada de mestre.
Não terá sido certamente a frouxa entrada na liga inglesa e o empate caseiro na liga dos campeões frente ao Rosenborg que terão precipitado a saída do treinador português. A ingerência do presidente Roman Abramovich. no departamento de futebol, através da imposição das compras de Schevchenko e Ballack. A gota de água terá sido quando o isrealita, Avram Grant, foi contratado para fazer a supervisão das contratações do clube.
As divergências entre Mourinho e o presidente eram notórias. Mas Mourinho sempre teve dois trunfos nas mãos: o balneário e os adeptos.
Ainda relacionado com a leitura que Mourinho faz, outro facto importante prende-se com o plano desportivo.
Quando chegou a Inglaterra Mourinho, numa conferência de imprensa repleta de jornalistas, prometeu que em três anos levaria o Chelsea a vencer a Premiership. Bastar-lhe-ia um ano apenas para alcançar a proeza.
Mas, se em Inglaterra o domínio do Chelsea foi quase absoluto, no plano internacional raramente se conseguiu impor.
Ao Chelsea de Mourinho exigia-se mais e Mourinho sabia que dificilmente, à partida para a sua quarta época em Inglaterra, conseguiria fazer melhor. E nada melhor do que sair em estado de graça e ser lembrado pelas conquistas do que deixar-se cair na decadência.
Mas, se Abramovich julgava que para um treinador narcisista como Mourinho, ser despedido sem glória seria um rude golpe no ego do treinador português, enganou-se redondamente.
Mourinho tornou-se no desempregado mais satisfeito do globo. Para trás deixou um clube em estado de anarquia, com jogadores a prometer uma debandada geral, adeptos a cantar o seu nome a plenos pulmões (os mais extremistas chegaram mesmo a largar uma lágrima) e vendeu o seu silêncio sobre a sua saída por 20 milhões de euros.
Dificilmente o clube londrino conseguirá atingir a performance que atingiu com Mourinho. Esperam-se momentos dificeis para o patrão multimilionário do Chelsea.
Quanto ao futuro de Mourinho cito mais uma das suas tiradas geniais em Março de 2007 «Se amanhã me despedirem fico milionário e tenho outro clube a pretender-me, por isso vou estar pressionado porquê?».
Premunição?