sexta-feira, 12 de junho de 2009

CR7: Real Negócio

Ao que tudo indica o jogador luso irá ser jogador do Real Madrid.

Depois de no último defeso as abordagens do clube espanhol terem saido goradas parece agora inevitável a saída de Ronaldo de terras de sua Majestade.

Florentino Peres, de volta ao Real, parece novamente apostado em inflacionar o mercado de transferências futebolistico atendendo às cifras envolvidas nos negócios de Kaká (65M) e Cristiano Ronaldo (94M)

É de facto surreal que perante uma conjuntura desfavorável e uma crise financeira mundial alguem esteja disposto a despender de tais valores.

Não me espantaria que toda esta enorme operação financeira fosse co-suportada por grandes sectores de actividade espanhóis.

Para lá do valor pago por Ronaldo ser rapidamente amortizável através da exploração dos seus direitos desportivos e comerciais, o facto de se ter um dos melhores jogadores do mundo a actuar no país representa uma mais valia para os sectores ligados ao turismo, transportadoras, hotelaria e restauração. Se bem se lembram já no defeso 2008/2009 vimos a Audi a presentear Ronaldo com um dos seus últimos modelos para que viesse jogar no Real Madrid.

Há pois toda uma teia de relações económicas que gravitam paralelamente ao Futebol e que nele têm um interesse atendível.

Ronaldo não significa apenas Futebol mas também proventos económicos.

Mas aquilo que quero ressalvar com este artigo é a necessidade de regulamentação.

É um fenómeno relativamente recente, embora tenha tido maior incidência nos últimos anos. O futebol está a ser invadido por magnatas, muitos deles sem terem reconhecida qualquer credencial que os torne aptos a gerir clubes desportivos. O futebol tornou-se um desporto de investimento fácil, onde deixaram de ser necessárias valências cognitivas para que se possa gerir um clube. Basta a qualquer excêntrico mundial apresentar uma avultada soma financeira para tomar as rédeas de um clube de Futebol.

Aos jogadores exige-se uma formação futebolistica, aos treinadores o grau de treinador condescendente com o escalão em que milita, aos presidente apenas é exigido dinheiro.

É este falta de regulamentação que se está a tornar gritante no Futebol. Vemos o senhor Platini tão embrenhado em melhorar a arbitragem colocando um árbitro por cada cinco metros quadrados de relvado mas incapaz de enfrentar os fenómenos que estão a deitar o jogo por terra.

Deixar o Futebol nas mãos de pessoas que gerem clubes como se empresas fossem, é um erro gritante.

Deixar o poder nas mãos de Presidentes que dos jogadores pretendem fazer lucros e não boas equipas, que dos filiados querem fazer accionistas, que dos públicos querem fazer clientes e não adeptos é assinar a sentença de morte.

Uma morte lenta mas anunciada.

O Real Madrid e os seus adeptos já viveram a experiência de um periodo em que contavam no seu plantel como os nomes mais sonantes (Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Ronaldo, Figo) e isso pouco foi traduzível em resultados desportivos.

Que Ronaldo tenha sorte mas que se lembre que na vida, tal como no Futebol, há coisas que o dinheiro não pode comprar.

1 comentário:

  1. ronaldo terá apenas um rodapé da história do futebol , nao passa de um puto no meio de grandes senhores do futebol, e alem de saber jogar, um jogador nao se faz so disso.
    muito bom este post

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