O Futebol, enquanto fenómeno de massas, não resistiu aos adventos da globalização. Mais do que uma prática desportiva o Futebol assume-se, cada vez mais, como um negócio à escala planetária.
Os clubes transformaram-se em Sociedades Anónimas Desportivas (SAD), os resultados em bolsa estão umbilicalmente ligados ao sucesso dentro das quatro linhas. Até o conceito de adepto mudou, o adepto-fanático, em clara extinção, vem sendo progressivamente substituído pelo adepto-cliente. Atente-se no facto de os patrocinadores terem cada vez maior peso na atribuição dos bilhetes para os diversos jogos.
A globalização chegou mesmo aos departamentos de prospecção. Anualmente são contratados jogadores de qualquer parte do mundo e cada vez mais jovens. Os emblemas com maior tradição disputam o passe de talentos logo desde os infantis
Estabelecida em 1995, a Lei Bosman é tida como a precursora do futebol moderno, dado ter liberalizado a circulação de jogadores. Com esta nova lei um jogador passou a poder abandonar o clube a que estivesse vinculado rescindindo o contrato e transferindo-se para outro. O clube comprador apenas teria de accionar a cláusula de rescisão e o jogador que pagar, ao clube de origem, os salários pendentes até ao final do contrato.
Esta medida veio cavar um fosse entre os grandes e os pequenos clubes. Um grande emblema aliciaria facilmente um jogador de um clube modesto a transferir-se e pagaria um valor residual ao clube que o formou.
Devido a este fenómeno assistimos a uma multiculturalização das equipas de futebol que congregam jogadores de diversas nacionalidades e também a uma constante rotatividade nos plantéis todas as épocas.
Perante esta realidade do futebol moderno é de facto interessante analisar o exemplo do vencedor da Liga dos Campeões 2006/2007: o AC Milan.
O AC Milan é um dos exemplos raros de estabilidade no plantel. O seu plantel 2006-2007 é constituído, segundo o website zerozero.pt, por 61% de jogadores Italianos, 16,7% de Brasileiros e a restante percentagem a ser ocupada por jogadores da República Checa, Holanda, Argentina, França, Gabão, Geórgia, Croácia, Austrália (2,8% cada). O Milan é um exemplo da adaptação ao Futebol moderno, pois abriu-se ao mercado intercontinental mantendo a espinha-dorsal e não perdendo a sua identidade enquanto equipa.
Para melhor percebermos os contrastes cito o exemplo do clube que partilha o Estádio Giuseppe Meazza com o Ac Milan: O Inter de Milão.
O Internazionale de Milão é constituído apenas por 25,8% de jogadores italianos, os argentinos ocupam igual valor, brasileiros representam 12,9%, Franceses e Suecos 6,5% cada. Colômbia, Portugal, Uruguai, Sérvia, Marrocos, Grécia, Hungria têm a sua representação de 3,2% no plantel.
Outro factor curioso prende-se com a idade dos jogadores que constituem o plantel do AC Milan. Numa fase em que os clubes apostam, cada vez mais, em novos talentos, o plantel do Milan tem uma média de idade de 27,69 anos. Factor curioso é que os 19 jogadores convocados pelo treinador Carlo Ancelloti para a Final da Champions League tinham uma média de 32,37 anos.
O Milan conta também nas suas fileiras com casos raros de fidelidade e longevidade no clube como são os casos de Paolo Maldini (38 anos, faz 39 em Junho) que cumpriu a sua 22ª temporada ao serviço dos Rossoneri e Alessandro Costacurta (41 anos) que representa o Milan também há 22 épocas, tendo apenas jogado no Monza em 1986.
O jogo do Milan ante o Liverpool constituiu a segunda final em três épocas e o 7º titulo europeu para os Rossoneri. A vitória levou Paolo Maldini a rotular o clube como o "melhor dos últimos 20 anos".
A conquista teve ainda maior sabor pelo que sucedeu com a equipa esta época.
Vice-campeão em 2005-2006 o Milan ver-se-ia envolvido num escândalo de manipulação da verdade desportiva, conhecido por Calciocaos. No primeiro julgamento, o Milan veria serem-lhe deduzidos 44 pontos o que o relegou para o oitavo lugar, ou seja, ficaria excluído das competições europeias.
Com a interposição de um recurso, a Justiça Italiana reduziu a pena para 30 pontos e subiu a equipa para a terceira posição na tabela. Esta decisão permitiria ao Milan entrar na Pré-Eliminatória da Liga dos Campeões.
Segundo o treinador Carlo Ancelloti a vitória na última edição da Champions "é a mais bela, porque tivemos de superar numerosas dificuldades. É, talvez, a mais bela vitória de todas! Não quero falar de vinganças depois do calciocaos. O futebol italiano sofreu com isso, sobretudo o Milan. Mas este triunfo é precioso, pois vai devolver a serenidade e a credibilidade ao futebol italiano”.
Os clubes transformaram-se em Sociedades Anónimas Desportivas (SAD), os resultados em bolsa estão umbilicalmente ligados ao sucesso dentro das quatro linhas. Até o conceito de adepto mudou, o adepto-fanático, em clara extinção, vem sendo progressivamente substituído pelo adepto-cliente. Atente-se no facto de os patrocinadores terem cada vez maior peso na atribuição dos bilhetes para os diversos jogos.
A globalização chegou mesmo aos departamentos de prospecção. Anualmente são contratados jogadores de qualquer parte do mundo e cada vez mais jovens. Os emblemas com maior tradição disputam o passe de talentos logo desde os infantis
Estabelecida em 1995, a Lei Bosman é tida como a precursora do futebol moderno, dado ter liberalizado a circulação de jogadores. Com esta nova lei um jogador passou a poder abandonar o clube a que estivesse vinculado rescindindo o contrato e transferindo-se para outro. O clube comprador apenas teria de accionar a cláusula de rescisão e o jogador que pagar, ao clube de origem, os salários pendentes até ao final do contrato.
Esta medida veio cavar um fosse entre os grandes e os pequenos clubes. Um grande emblema aliciaria facilmente um jogador de um clube modesto a transferir-se e pagaria um valor residual ao clube que o formou.
Devido a este fenómeno assistimos a uma multiculturalização das equipas de futebol que congregam jogadores de diversas nacionalidades e também a uma constante rotatividade nos plantéis todas as épocas.
Perante esta realidade do futebol moderno é de facto interessante analisar o exemplo do vencedor da Liga dos Campeões 2006/2007: o AC Milan.
O AC Milan é um dos exemplos raros de estabilidade no plantel. O seu plantel 2006-2007 é constituído, segundo o website zerozero.pt, por 61% de jogadores Italianos, 16,7% de Brasileiros e a restante percentagem a ser ocupada por jogadores da República Checa, Holanda, Argentina, França, Gabão, Geórgia, Croácia, Austrália (2,8% cada). O Milan é um exemplo da adaptação ao Futebol moderno, pois abriu-se ao mercado intercontinental mantendo a espinha-dorsal e não perdendo a sua identidade enquanto equipa.
Para melhor percebermos os contrastes cito o exemplo do clube que partilha o Estádio Giuseppe Meazza com o Ac Milan: O Inter de Milão.
O Internazionale de Milão é constituído apenas por 25,8% de jogadores italianos, os argentinos ocupam igual valor, brasileiros representam 12,9%, Franceses e Suecos 6,5% cada. Colômbia, Portugal, Uruguai, Sérvia, Marrocos, Grécia, Hungria têm a sua representação de 3,2% no plantel.
Outro factor curioso prende-se com a idade dos jogadores que constituem o plantel do AC Milan. Numa fase em que os clubes apostam, cada vez mais, em novos talentos, o plantel do Milan tem uma média de idade de 27,69 anos. Factor curioso é que os 19 jogadores convocados pelo treinador Carlo Ancelloti para a Final da Champions League tinham uma média de 32,37 anos.
O Milan conta também nas suas fileiras com casos raros de fidelidade e longevidade no clube como são os casos de Paolo Maldini (38 anos, faz 39 em Junho) que cumpriu a sua 22ª temporada ao serviço dos Rossoneri e Alessandro Costacurta (41 anos) que representa o Milan também há 22 épocas, tendo apenas jogado no Monza em 1986.
O jogo do Milan ante o Liverpool constituiu a segunda final em três épocas e o 7º titulo europeu para os Rossoneri. A vitória levou Paolo Maldini a rotular o clube como o "melhor dos últimos 20 anos".
A conquista teve ainda maior sabor pelo que sucedeu com a equipa esta época.
Vice-campeão em 2005-2006 o Milan ver-se-ia envolvido num escândalo de manipulação da verdade desportiva, conhecido por Calciocaos. No primeiro julgamento, o Milan veria serem-lhe deduzidos 44 pontos o que o relegou para o oitavo lugar, ou seja, ficaria excluído das competições europeias.
Com a interposição de um recurso, a Justiça Italiana reduziu a pena para 30 pontos e subiu a equipa para a terceira posição na tabela. Esta decisão permitiria ao Milan entrar na Pré-Eliminatória da Liga dos Campeões.
Segundo o treinador Carlo Ancelloti a vitória na última edição da Champions "é a mais bela, porque tivemos de superar numerosas dificuldades. É, talvez, a mais bela vitória de todas! Não quero falar de vinganças depois do calciocaos. O futebol italiano sofreu com isso, sobretudo o Milan. Mas este triunfo é precioso, pois vai devolver a serenidade e a credibilidade ao futebol italiano”.
Adorei o texto, está muito bem redigido e vai-me ajudar muito no trabalho de educação física que estou a realizar acerca do futebol sendo um fenómeno de massas.
ResponderEliminarbeijos e obrigada
Ana T.