quinta-feira, 3 de maio de 2007

Pina Moura e Nuestros Hermanos


Uma vez mais um grupo económico espanhol volta a cruzar-se com Joaquim Pina Moura.


Em 1998, o ex-ministro da Economia e Finanças de António Guterres esteve envolvido num caso que lançou suspeições sobre a promiscuidade entre o poder político e o económico.


Nesse mesmo ano, o "Ministro aditivado" deu aval e apadrinhou o negócio que previa uma participação estratégica entre a EDP e a Iberdrola.


Em 2004, já saído do Governo, tornou-se presidente da Iberdrola Portugal e adjunto do presidente do Grupo Energético com sede no País Basco.


Em 2006, a Iberdrola controlava já 9,5% do capital da EDP, o que representou um investimento de 332 milhões de Euros, tendo-se tornado o segundo maior accionista da Energética portuguesa, logo a seguir ao Estado Português, que detém 20,49%.


Em 2007, é a vez do grupo espanhol PRISA, detentor de um autêntico império na comunicação social, lhe endereçar um convite para Chairman da Media Capital.


Dificilmente Pina Moura se livrará do epíteto "homem dos Espanhóis em Portugal" usado por Sousa Franco para o designar.


Na Grande Entrevista à RTP1, Pina Moura afirmou que foi nomeado "por razões de boa reputação profissional". A verdade é que, segundo o próprio afirma "só desde há três anos é que sou gestor profissional".


Ora, quem anda nos meandros da Gestão sabe que estes cargos ou são entregues a alguém vasta experiência empresarial e com provas dadas, ou então, a um conhecedor profundo do meio. A verdade é que a experiência de Pina Moura no que concerne aos media é nula.


Em Espanha, a PRISA tem a sua linha editorial alinhada à esquerda, mais propriamente com o PSOE, o Partido Socialista Trabalhador Espanhol. Por mais que o Socialista Pina Moura refute as acusações, é óbvio que a nomeação teve os ditos "pressupostos ideológicos".


Esta nomeação não será certamente uma ameaça para a liberdade de imprensa do grupo Media Capital mas é um exemplo flagrante de mais um "Job for the boys".


1 comentário:

  1. O Pina Moura, e pensar que este homem já foi do PCP ferrenho, e acordou um dia e disse:" acho que o comunismo não resulta, o capitalismo é que está a dár". Que alguém mude de ideia é uma coisa, agora mudar completamente a ideologia é outra, isto só mostra que desde que saiu do PCP se tornou um oportunista.

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